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Balé Jovem de Salvador apresenta Solos Baianos Ano II

Sobre o produtor

Após a estreia no Espaço Xisto Bahia, o projeto Solos Baianos, do Balé Jovem de Salvador (BJS), ganha nova temporada neste mês, agora no Espaço Cultural da Barroquinha, onde permanece em cartaz nos dias 7, 8, 14 e 15 de outubro, sempre às 19h, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). 

Neste segundo ano, a iniciativa traz como coreógrafos convidados os bailarinos Danillo Queiroz, Eron Pimenta, Inah Irenam, Melissa Figueiredo, Neemias Santana e Ramon Moura, frutos do processo de formação da companhia, que comemora em 2017 sua primeira década de atividade.

O projeto Solos Baianos é uma iniciativa do diretor da companhia, Matias Santiago, e traz como proposta impulsionar a formação em dança, promovendo o diálogo entre bailarinos e coreógrafos já experientes e jovens em ascensão. 

Em 2016, o Solos Baianos teve como coreógrafos convidados Lia Robatto, Mestre King, Cristina Castro, João Perene, Jorge Alencar e Jorge Silva. Foram realizadas apresentações no Teatro Gregório de Mattos, Centro Cultural Plataforma e Espaço Cultural Alagados.

Assim como na primeira edição do projeto (2016), foram realizados workshops de criação em dança, ministrados por cada coreógrafo convidado, envolvendo o elenco completo do BJS. Na etapa seguinte, com base nos resultados obtidos nos workshops, os bailarinos e os coreógrafos sinalizaram com quem gostariam de trabalhar e, a partir da intersecção dos interesses, foram compostas as duplas de solistas para cada montagem. 


PROGRAMA

FLÔR DE OURO
Em Flôr de Ouro, Danillo Queiroz apresenta o resultado de seus estudos sobre comportamentos psíquicos alterados e questionamentos sobre o significado de normalidade e o que atribui a loucura ao ser humano. Segundo o coreógrafo, a montagem segue "a investigação das sensações e impressões das intérpretes que guiam a movimentação e criam formas para o desenhar da ‘flor de ouro’". O solo tem como intérpretes as bailarinas Marina Barcelos e Clara Boa Sorte.

TUDO QUE MOVE NÃO TEM FIM
A coreografia do jovem bailarino Eron Pimenta traz o conceito de infinidade e continuidade do movimento, ou como ele melhor explica: "Pensamos e pesquisamos imagens de coisas que são infinitas ou aparentemente não têm fim. Paralelo à pesquisa corporal, procuramos referências externas que nos guiassem a entender o(s) movimento(s) contínuo(s) que nos atravessa(m), buscando em outras áreas, como em 'O pêndulo de Newton', dispositivo que demonstra de maneira empírica a conservação do momento e da energia, as leis físicas estudadas pelo físico Isaac Newton". “Tudo que move não tem fim" tem trilha original criada por Flávio Bueno e traz à cena os bailarinos Igor Vogada e Wendel Alcântara.

PASSE
"Passe", de Inah Irenam, apresenta a presença constante da cultura ancestral negra e indígena, desde o samba até o caruru, das folhas usadas para tratamentos à relação com entidades das matas e do sertão. A composição é também fruto da rememoração de vivências pessoais dos bailarinos Luana Fulô e Robson Ribeiro. Segundo a coreógrafa, "Passe" fala de presente, passado e futuro. A trilha sonora original leva a assinatura de Bruno de Jesus e o figurino é criação de Ramon Moura, também coreógrafo desta edição do projeto.

ÉGIDE
"Quais sentimentos afloram e são necessários para se fortalecer diante de algumas situações?". A inquietação foi apresentada pelas bailarinas Flávia Rodrigues e Carolina Miranda para a coreógrafa Melissa Figueiredo, o que levou à composição "Égide". Com trilha sonora criada por Clara Boa Sorte, também integrante do elenco do Balé Jovem de Salvador, a coreografia traz um processo criativo colaborativo, tendo Melissa como diretora.

PERCURSO NEBULOSA e ENSAIO PARA MUSA
Em seu processo de criação, Neemias Santana trouxe ao Solos Baianos duas concepções em que resgata sua pesquisa criativa iniciada em "nii - nada de novo sob o sol" (2015). Em "Percurso Nebulosa", ele traz um trabalho de composição colaborativa com o bailarino Thor Galileo, que leva à cena "um personagem vivendo uma situação da qual não sabemos o início ou seu final. O trabalho é pensado como uma fenda no espaço-tempo, como uma fissura espetacular", explica Santana. 

Em "Ensaio para Musa", Neemias Santana retoma mais uma vez sua pesquisa de 2015 e trabalha o traçado circular, o movimento sinuoso e as narrativas de ficção científica como base de sua criação. "Neste solo desenvolvido com a bailarina Letícia Pereira, sobrepomos imagens de mulheres negras ícones da cultura pop e as borramos com as memórias e aspirações da própria dançarina, no esforço de construir ou evidenciar uma musa híbrida futurista". 

BLUR e ESBOÇO TRAJETO EN CURVAS
Esboço, ensaio, construção, transformação constante. A definição de "BLUR" expressa-se na concepção do coreógrafo Ramon Moura, elaborada em conjunto com a bailarina Natália Matos. "Em ‘BLUR’, usamos o borrão como fio condutor, a imagem difusa, o descompromisso e o movimento a partir dos impulsos gerados pelos caminhos que o próprio corpo ia traçando", explica Moura. 

A outra concepção para o projeto, interpretada pela bailarina Alejandra Moreno, também traz a imprecisão em seu DNA. "Em 'Esboço Trajeto en curvas', a aleatoriedade e a alienação são pontos que trouxeram interferências para esse caminho, com uma intenção alterada do seu próprio estado".

Segundo Ramon Moura, o processo para os Solos Baianos teve início já com os nomes dos solos e alguns tópicos que (des)nortearam a criação. "São dois solos diferentes que têm base nos mesmos princípios e que trabalham com fluxo, fluência e peso inicialmente. Foi uma tentativa de criar duas obras com proposições diferentes, mas com o mesmo esquema de construção".

SERVIÇO - Solos Baianos Ano II
ONDE: Espaço Cultural da Barroquinha (Praça Castro Alves, Centro Histórico, Salvador/BA)
QUANDO: 7, 8, 14 e 15 de outubro de 2017, às 19h
INGRESSOS: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
INFORMAÇÕES: 71 3015-5045
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