SIRICOTICO - Uma Comédia do Balacobaco!

Em janeiro de 2010, a Cia Baiana de Patifaria celebrava seus 23 anos nos palcos e estreava sua sétima montagem, “SIRICOTICO, uma comédia do balacobaco”. Em 2020, para comemorar uma década do lançamento de um dos seus maiores sucessos que durante três anos foi visto por mais de 70 mil espectadores, a trupe tinha planos para uma remontagem, mas a pandemia impediu e, ainda assim, sem poder realizá-la presencialmente e num teatro, a trupe se prepara para apresentar SIRICOTICOem formato DIGITAL.

A versão online da Cia Baiana de Patifaria teve início em julho passado com o lançamento do drama Fora da Ordem - Digital, espetáculo solo com o ator Lelo Filho. Em setembro chega a vez da comédia, em tom de farsa de seu repertório, com SIRICOTICO e muito balacobaco com o teatro da Cia invadindo os lares de seus, agora, telespectadores, que poderão ver ou rever a montagem na tela do celular, do computador ou, até mesmo, da TV. A apresentação que o público verá foi gravada no Teatro Isba em setembro de 2010 e está sendo legendada para que os ruídos das boas gargalhadas da plateia não interfiram no entendimento do texto.

O QUE É SIRICOTICO?

Tendo como meta a ampliação do repertório com um estudo mais aprofundado em outra vertente da comédia, SIRICOTICO é a primeira farsa montada pela Cia Baiana e foi escrita por Lelo Filho e Vinnicius Morais, tendo inspiração nas comédias clássicas de Moliére, Goldoni, Pirandello, com influências do humor transgressor de Almodóvar e do sarcasmo de Woody Allen, sem perder características importantes no trabalho do grupo e que tem o improviso e a renovação de seu textocomo marcas registradas. O espetáculo tem ingredientes de mistério, melodrama e retrata, através do riso, a paixão do ator por sua arte, pelo teatro.

O espetáculo conta a história da Trupe Teatral Os Tartufos (farsantes), formada por atores mambembes de uma pequena província, a fictícia SIRICOTICO. Já na primeira cena a platéia assiste à ruptura do grupo, quando três de seus integrantes, os atores, decidem tentar carreira na Corte e abandonam a peça que estão encenando, deixando pra trás uma grande dívida também. Os três que ficam (o diretor, o produtor e sua assistente) decidem reerguer a trupe e manter-se em cena no teatro local. Além de endividada, a trupe perde o acervo de suas peças num incêndio e seus atores decidem buscar recursos para remontar um de seus grandes sucessos. 

A trama tem início quando o grupo se vê diante de um empresário espertalhão e sua filha aspirante a atriz, que representam, ao mesmo tempo, a aristocracia da época tentando defender sua riqueza a qualquer custo e a figura do Patrocinador, que investirá desde que a jovem aspirante a atriz seja a estrela do espetáculo. A confusão aumenta com a chegada de uma misteriosa diva dos palcos da Corte para integrar o elenco. 

Ainda que, utilizando de influências das comédias clássicas, SIRICOTICO mantém a identificação criada entre o público e os outros espetáculos que garantiram o sucesso da Cia Baiana de Patifaria, através de um texto inteligente e encenação ágil. No palco, dirigidos por Fernanda Paquelet, durante três anos seguidos, 4 atores (Lelo Filho, Nilson Rocha, Jarbas Oliver e Alexandre Moreira) que interpretaram 20 personagens, fazendo 56 trocas de figurino por espetáculo e criando bordões que, uma década depois, continuam sendo repetidos até hoje por quem assistiu a montagem como: "problema monstro", "ai que ódiummm" e "o sol inunda a sala."

Embora tenha como pano de fundo uma época que em muito lembra o Brasil Colônia, o humor em SIRICOTICO parte de conflitos que encontram vários paralelos nos dias de hoje, fazendo uma crítica às relações humanas que envolvem poder, busca pela celebridade instantânea e ascensão, através de uma hilariante história cheia de reviravoltas. SIRICOTICO é uma grande sátira contra a hipocrisia e aborda temas vivenciados por muitos dos espectadores que vão ao teatro e expõe as dificuldades de uma companhia teatral em se manter em cena. 

Após muitas reviravoltas, crises artísticas, testes de elenco, farsas descobertas e um desejo de alguns em alcançar o sucesso fácil, Os Tartufos se reinventam, recriando das cinzas o seu trabalho.   

Em SIRICOTICO, cada um dos quatro atores teve a oportunidade de desenvolver pelo menos um personagem masculino e um feminino, exercitando essas trocas em poucos segundos, entre os figurinos, perucas e adereços até os trejeitos de cada um. 

IRONIA

“Com Siricotico nós queremos rir de nós mesmos, ironizar o nosso universo”, define Lelo Filho, que juntamente com Vinnicius Morais (dramaturgo com peças já montadas em Salvador e em São Paulo) assina o novo texto. Lelo relembra que o universo do showbizz já havia sido discutido pelo grupo através da comédia A Bofetada e do musical Noviças Rebeldes. Dessa vez, porém, a intenção é mostrar com bastante humor os percalços pelos quais a maioria dos artistas passa até a noite de estreia. “Muitas situações são baseadas em histórias que vivemos ou ouvimos de alguém”, avisa.

SIRICOTICO, uma comédia do balacobaco contou com a direção de Fernanda Paquelet, que no histórico da Cia. Baiana de Patifaria co-dirigiu a montagem Capitães de Areia e integrou o elenco da segunda versão de Noviças Rebeldes.  Foi ela quem coordenou uma equipe formada ainda pelo iluminador Eduardo Tudela, o figurinista Miguel Carvalho, o cenógrafo Maurício Pedrosa o aderecista Maurício Martins, todos nomes de destaque na cena teatral baiana. 

FICHA TÉCNICA

CIA BAIANA DE PATIFARIA em:

SIRICOTICO, uma comédia do balacobaco - VERSÃO DIGITAL

Texto: Vinnicius Morais e Lelo Filho

Elenco: Lelo Filho, Jarbas Oliver, Nilson Rocha e Alexandre Moreira

Direção: Fernanda Paquelet

Assistente de direção: Vinnicius Morais

Preparação corporal: Ricardo Fagundes

Figurino: Miguel Carvalho

Cenário: Maurício Pedrosa

Design de Luz: Eduardo Tudella

Modelista: Lina Lemos

Adereços: Maurício Martins

Design Gráfico: Bamboo

Assistentes de Produção: Gilda Valerio e Rita Valerio

Produção Executiva: Marcos Motta

Direção de Produção: Marcos Motta e Lelo Filho