Salvador, a Bahia e o Brasil: Iconografia e História. Século XX - Módulo II

CURSO Salvador, a Bahia e o Brasil: Iconografia e História. Século XX 

Módulo II

21 de março a 27 de abril, com aulas virtuais (terça e quinta, das 19h às 21h) e aulas de campo dias 8, 15 e 22 de abril.

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.” - José Saramago. Ensaio sobre a Cegueira. 

A célebre frase destacada, do escritor português e Nobel de Literatura José Saramago, apesar de não estar inserida em um estudo sobre iconografia expressa bem a importância em “reparar” os detalhes presentes quando olhamos algo. E esse ato que parece simples, carrega em suas nuances intenções variadas, o mesmo pode ser dito para toda uma produção visual realizada em cada tempo. Fotografias, gravuras, pinturas e textos, devem sempre ser reparados, destrinchados delicadamente. São nessas camadas que encontramos as tensões e as histórias. 

Assim, podemos apontar que os estudos iconográficos acerca das fotografias, gravuras e pinturas relativos a Cidade do Salvador e a Bahia, ao longo do século XX, oferecem um rico panorama de contextos revelando nuances delicados da capital e do estado com suas tensões, imersas nos panoramas sociais de cada época. Ao longo desse século Salvador foi se destacando no trânsito sociocultural, principalmente com a produção de diversos artistas. As imagens e criações desse tempo revelam olhares que destacaram evidências ou ocultaram fatos. Como lembra a historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz: “Obras pictóricas guardam regimes de visibilidade e de extrema invisibilidade. Imagens são discursos influentes que se fixam da memória como tatuagens.” 

O contexto republicano na Bahia é cheio de interfaces que revelam disputas e projetos políticos que asseguraram continuidades e inovações. Cidades no litoral e nos caminhos do interior que buscavam se modernizar e seguir as linhas “civilizatórias” nos trilhos do progresso. Cada região, com seus caciques políticos, bailaram nas idas e vindas das negociações partidárias e perpetuação de projetos políticos. 

A análise dessas imagens de um tempo, em cruzamento com os discursos oficiais, matérias de jornais, álbuns fotográficos e demais produções, revelam detalhes de um tempo e suas transformações. 

RECORTE: Século XX. 1889 – anos 2000. 

OBJETIVO: Discorrer sobre a Cidade do Salvador e a Bahia ao longo do século XX, utilizando fontes iconográficas e textuais produzidas durante o recorte destacado. Apresentando assim um rico panorama dos documentos históricas e sua devida análise teórica, metodológica e a contextualização com cada época.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Abertura do curso e apresentação da pesquisa: Imagens e Histórias

Nuances sobre a iconografia e História

Iconografia Baiana no IGHB: Análise das obras visuais do Instituto (século XX). (aula presencial)

Salvador da Bahia: história visual (Recorte de um tempo na República)

A Cidade da Bahia e seu Recôncavo

Salvador em transição. 1889 – 1912.

A Bahia e o Brasil: queda e recomeços.

Uma Cidade Atlântica que busca se europeizar.

A tessitura urbana e social (século XX)

A urbanidade e a arquitetura: Parte I

A urbanidade e a arquitetura: Parte II

Salvador em meados do século XX: Narrativas de artistas.

Análise de fontes primárias. (aula presencial).

As artes como documentos de um tempo.

A fotografia como captura de uma realidade selecionada (Documentos oficiais).

Bahia no Brasil e no Mundo: Parte I.

Bahia no Brasil e no Mundo: Parte II.

Bahia no Brasil e no Mundo: Parte III.

Os caminhos da modernidade:

Seabra, Mangabeira, ACM. Personagens de um tempo.

Aula de Campo: Salvador Eclética.

Aula de Campo: Salvador nos anos 1930.

Aula de Campo: Salvador Moderna.

Aula de Campo: Salvador 1980 / 1990. 

RAFAEL DANTAS

Historiador, professor formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestre na mesma instituição. Pesquisador na área de cultura material, patrimônio, artes plásticas e iconografia; com ênfase na divulgação da Cidade do Salvador e Bahia no Brasil e no mundo, nos século XIX e início do XX. Também é consultor de assuntos históricos, culturais e políticas públicas. Colunista em diversas revistas e jornais baianos sobre patrimônio, história e turismo. 

O IGHB é uma das instituições apoiadas pelo programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h.