Os Normais e as Patológicas - Doença, Dissidência e Resistências

SOBRE:

Anormais, loucas, pervertidas, doentes. A patologização é e tem sido já há muito tempo uma ferramenta de controle contra as bichas, sapatonas, travestis e transexuais, freaks e todas as dissidentes sexuais e de gênero; os nossos corpos são uma importante fronteira política de disputa pela qual ainda precisamos lutar. Nossos corpos sujos, monstruosos, desviados, amaldiçoados e adoentados têm sido alvo do controle policialesco dos aparelhos da saúde e do seu abandono organizado por séculos. Nesse curso, exploraremos uma breve e fragmentada genealogia da relação entre doença e dissidência sexual e de gênero — desde a invenção e posterior "ressurreição" da Hysteria, o desenvolvimento das figuras Anormais do século XIX, os tratados de patologia sexual de Richard Von Krafft Ebbing, o desenvolvimento dos transtornos de transexualismo e a crise da Aids. Mais do que uma linha histórica, trata-se de explorar a relação do corpo doente, louco e anormal com o saber-poder do Estado, suas formas de resistência e as disputas institucionais de controle e esterilização que marcam o domínio do normal e patológico.

Aula 1 - 06/08:

Na aula 1, faremos a genealogia da relação doença-dissidência e a construção dos saberes patológicos sobre a dissidência sexual e de gênero. Exploraremos os tópicos:

1. O que é doença? - Alguns problemas científicos;
2. Em cena Os Anormais - A criação do eterno doente;
3. Histéricas, onanistas, invertidos, delinquentes e monstros;
4. Tratados sexológicos e teorias do instinto sexual contrário;
5. Manicômios, drogas e violência higienista de Estado;
6. A criação do “corpo errado” - Harry Benjamin e outras teorias trans;
7. A Aids como metáfora;
8. O que fazer com os doentes?

Aula 2 - 13/08:

Na aula 2, exploraremos as disputas políticas contemporâneas sobre saúde e doença, as críticas dos processos de despatologização e os embates políticos envolvendo os aparelhos de saúde e estratégias anormais de resistência;

1. Biopolítica - Quanto vale nossa saúde?;
2. Estado, Big Pharma e Capital - O caso da AIDS;
3. Estado, Big Pharma e Capital - O caso Wyeth e Estradiol Sintético;
4. Drogas, redução de danos e barreiras legais de criminalização;
5. Os Frikis de Cuba;
6. LUTE CONTRA A AIDS! e outras lutas antibiopolíticas nos anos 90;
7. Uma retórica queer do corpo - novas formas de mobilização política;
8. Lutas contemporâneas por despatologização;

FACILITADORA:

Angie Barbosa, é travesti, transfeminista e anarquista queer. Colunista da revista Ruído Manifesto, integrante da coletiva Wonder e bolsista do projeto @bibliopreta, se dedica aos estudos de gênero e sexualidade de modo independente.

INFORMAÇÕES:

Datas: 06/08 + 13/08, das 11h às 13h

Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!

Social: R$30 (opção disponível para mulheres cia negras, indígenas e pessoas trans)

Opção 01 - Mínimo: R$45

Opção 02 - Intermediario: R$60

Opção 03 - Ideal: R$75

Opção 04 - Fortaleceu demais: R$90

BOLSA INTEGRAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande um e-mail para [email protected] contando um pouquinho de você e como esse conteúdo pode ser importante <3

Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom

Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)

Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.

Classificação indicativa: 18 anos