curso online | escultura brasileira: do modernismo à contemporaneidade, com Marina Mazze Cerchiaro

Embora a pintura moderna brasileira tenha sido amplamente estudada em cursos, livros e exposições, a escultura ainda recebe pouca atenção. São raras as publicações e disciplinas dedicadas à história da escultura no Brasil. Este curso busca ampliar o conhecimento sobre o tema, apresentando um panorama da produção tridimensional brasileira ao longo do século XX, com incursões também em obras contemporâneas.

Serão abordadas esculturas figurativas e abstratas, considerando diálogos com a arte internacional e suas relações com a sociedade. Voltado ao público em geral, o curso funciona tanto como uma introdução ao assunto quanto como aprofundamento para quem já tem familiaridade com o tema. Ao longo dos encontros, serão discutidas obras de artistas consagrados e de nomes menos conhecidos, com atenção especial à produção de mulheres e ao acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

 

Datas: 11, 18, 25 de junho, 02 e 09 de julho

Quartas-feiras

Horário: das 19h às 21h

Duração: 05 encontros

Público: interessados em geral

Investimento: R$ 400,00

 

Curso online

Ao vivo, via plataforma de videoconferência

Aulas gravadas disponibilizadas apenas por tempo determinado

Curso contempla certificado no final

 

Programação

 

Aula 1 – Escultura brasileira, entre a modernidade e a tradição (décadas de 1930 e 1940)

Trataremos da produção escultórica brasileira das décadas de 1930 e 1940, abordando especificamente as encomendas de escultura realizadas pelo ministro Gustavo Capanema para o Ministério da Educação e Saúde (MES), edifício símbolo da arquitetura moderna brasileira, durante o período do Estado Novo. Analisaremos as trajetórias dos artistas radicados no Brasil que foram acionados pelo ministro: Victor Brecheret, Ernesto de Fiori, Celso Antônio de Menezes, Adriana Janacópulos e Bruno Giorgi. Refletiremos sobre as obras dos artistas abordando dimensões estéticas e políticas.

 

Aula 2 – Da figuração à abstração (décadas de 1940 a 1970)

Serão apresentadas brevemente as técnicas tradicionais da escultura (modelado em argila, gesso e processo de fundição em bronze) e discutiremos como alguns artistas modernos alteram essas técnicas de modo a produzir experimentações plásticas. O restante da aula será dedicado as obras de Maria Martins, Felícia Leirner e Liuba Wolf e seu direcionamento para soluções plásticas abstratas.

 

Aula 3 – O construtivismo brasileiro na escultura (décadas de 1950 a 1970)

A aula trata das correntes abstratas construtivas que conquistaram reconhecimento principalmente na década de 1960. Serão abordadas as trajetórias e obras tridimensionais de Lygia Clark, Mary Vieira, Zélia Salgado, Amilcar de Castro, Franz Weissmann e Sérgio Camargo.

 

Aula 4 – A escultura no campo ampliado e as exposições Panorama da Arte Atual Brasileira (décadas de 1970 e 1980)

Nesta aula discutiremos o conceito de “escultura no campo ampliado” de Rosalind Krauss e como ele pode ser útil para compreender a produção de mulheres que apresentaram trabalhos tridimensionais nas mostras “Panoramas da arte atual brasileira” que ocorreram no MAM nas décadas de 1970 e 1980.

 

Aula 5 – Tridimensionalidade na arte contemporânea e suas conexões com a cultura popular

Reflexão sobre diferentes produções tridimensionais contemporâneas que buscam dialogar com práticas religiosas e artesanais, com enfoque para as obras de Celeida Tostes, Ernesto Neto e Rubem Valentim.

 

Sobre a professora

Marina Mazze Cerchiaro é cientista social e doutora em história da arte pela Universidade de São Paulo. Realizou estágios de pesquisa e formação na França, na École du Louvre, École Normale Supérieure de Paris e Université Paris X. Suas pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado tratam sobre escultura moderna brasileira, com destaque para a produção das mulheres, abordando temas como raça, gênero, identidade e migrações. É autora do livro “Esculpindo para o ministério: arte e política no Estado Novo” (2019, BBM) e curadora da exposição virtual “Materialidade e Gestualidade na Escultura de Felícia Leirner”, junto ao Museu Felícia Leirner. Em 2022, recebeu o prêmio de melhores teses do Comitê Brasileiro de História da Arte. 

 

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