27 fev - 2021 • 20:00 > 21:00
Videoconferência via Sympla Streaming
Vera Holtz e Guilherme Leme Garcia dirigem Pedro Osório em 'A Peste', de Albert Camus
ONLINE AO VIVO
Pedro Osório em cena fotografada por Renato Mangolin
"Na verdade, ao ouvir os gritos de alegria que vinham da cidade, Rieux lembrava-se de que esta alegria estava sempre ameaçada. Porque ele sabia o que esta
multidão eufórica ignorava e se pode ler nos livros: o bacilo da peste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa,
espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para a desgraça e ensinamento dos homens,
a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz."
AC
Considerado o principal romance do escritor franco-argelino Albert Camus, A Peste, escrito em 1947, dez anos antes de ganhar o Nobel de literatura, ganhou adaptação teatral e retorna temporada, no formato ONLINE - AO VIVO, a partir de 05 de setembro, depois de passar pelo Rio de Janeiro, por Belo Horizonte e São Paulo, em bem-sucedidas temporadas.
Vera Holtz e Guilherme Leme Garcia dirigem Pedro Osório num monólogo, que concentra a dramaturgia na figura e na perspectiva do personagem-narrador do romance, o médico Bernard Rieux interpretado pelo ator Pedro Osório. O trabalho começou há dois anos, quando Osório convidou Leme para dirigi-lo em uma obra de Camus. O diretor havia atuado em 2009 numa versão para “O estrangeiro” dirigida por Vera.
O espetáculo pode traduzir e fazer refletir o momento em que vivemos. Por isso, ganha versão online em um formato diferente do feito para os palcos. Feito ao vivo, diretamente da casa de Pedro Osorio, com transmissão ao vivo, a montagem ficou enxuta para valorizar o texto e a conexão, mesmo que à distância, com o público. A plateia também terá a chance de bater papo ao final das sessões. A Plataforma utilizada será o Zoom, pela Sympla Streaming.
A PESTE
Sob o signo da miséria moral que se instala em uma sociedade, o texto da peça apresenta um recorte no romance que trata da história de Orã, cidade no litoral da Argélia, infestada por ratos e devastada por um mal súbito, que dizimou sua população. O médico Bernard Rieuxse dirige ao público após passar um ano preso lutando contra o bacilo da peste expressando, em metáfora amplificadados males da Guerra, especificamente da ocupação da França pelos nazistas, o flagelo de uma civilização contemporânea sob o signo da miséria moral.
“O texto é como uma vacina, que nos ajuda a enxergar através de uma tragédia ficcional a tragédia na nossa sociedade hoje. Assim podemos impedir e não sucumbir”, diz Osório.
“A Peste reflete sobre a empatia, a prioridade do coletivo e a existência colocada como prioridade em contraponto ao indivíduo egoísta, em um estado febril dentro de uma sociedade doente. O personagem não é um herói, mas um homem que acha a saída através do trabalho cotidiano e honesto”, conclui o ator.
Em cenário árido que faz alusão a outra obra de Camus, “O Mito de Sísifo”, o médico, enquanto questiona a existência, a individualidade, o coletivo, a solidão, a morte e a resignação passa quase todo o tempo diante de pilhas de carvão.
Albert Camus (1913-1960) escritor e dramaturgo francês, nascido na Argélia. Militante da Resistência Francesa, construiu suas obras a partir de discussões morais e existencialista sobre o mundo destruído e miserável do pós-guerra, principalmente em seu continente natal, África. Recebeu o Prêmio Nobel em 1957.
Serviço:
A PESTE de Albert Camus
Classificação etária | 16 anos
Gênero | Drama
Duração | 45 minutos
APÓS A APRESENTAÇÃO TEREMOS UM DEBATE INTERATIVO LUIZ FURLANETTO.
Ator, diretor, formado pela Escola Macunaíma de Teatro - SP, Bacharel em teatro, pós-graduado em direção teatral, trabalhou por mais de dez anos com o diretor de teatro Antunes Filho, onde ajudou também a formar o Grupo Boi Voador de Teatro, dirigido por Ulysses Cruz. Ao lado de Antunes, participou das montagens “Paraíso Zona Norte”, “Nova Velha Estória”, “Gilgamesh” - prêmio MAMBEMBE de melhor ator coadjuvante com esse espetáculo - participando também ativamente na cria- ção do espetáculo “Nas Trilhas da Transilvânia”, entre outros. Ainda com Antunes, participou de vários festi- vais internacionais de teatro e ao lado de Ulysses Cruz, do FITEI e FITE, Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica - Portugal e Festival Internacional de Teatro de Cadiz – Espanha, respectivamente. Trabalhou com Maurice Bènichou na montagem brasileira de “A Conferência dos pássaros” de Peter Brook.
Diretor já premiado com o PRÊMIO SHELL de MELHOR DIREÇÃO, por TRAINSPOTTING – a peça, dá aulas de inter- pretação teatral, na CAL desde 1997.
Este evento tem a comodidade e a praticidade de uma transmissão online com a melhor experiência garantida pela Sympla.
* A transmissão é disponíbilizada um pouco antes do início do evento
A PESTE DE CAMUS